Após ser preso, Bruno revelou ter assinado dias antes um pré-contrato com o Milan com salários que poderiam chegar a R$ 500 mil
Foto: Ney Rubens/Especial para Terra
A prisão pela suposta morte de Eliza Samudio, que completa um ano nesta quinta-feira, já custou ao ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, pelo menos R$ 6 milhões em perdas salariais, segundo cálculos baseados na quantia mensal que ele recebia do clube à época.
O Flamengo não divulga o valor exato do salário mensal do goleiro, mas uma fonte ouvida pelo Terra afirmou que girava em torno de "R$ 200 mil mensais, fora os patrocínios individuais" com empresas fornecedoras de material esportivo, os quais foram cancelados logo após a prisão do atleta.
O contrato de Bruno vai até 31 de dezembro de 2012, segundo a assessoria de imprensa do clube. A presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, chegou a anunciar no ano passado que iria demitir Bruno por justa causa, mas depois de aconselhada por advogados ligados à equipe rubro-negra, o vínculo foi apenas suspenso até que a pendência judicial seja resolvida.
A partir daí, o atleta deixou de receber os salários, porque não prestava serviços ao clube, mas, caso seja solto, ele poderá atuar novamente pelo time dirigido por Vanderlei Luxemburgo, caso o treinador e a diretoria queiram. Bruno ainda está, inclusive, inscrito no Boletim Informativo Diário da CBF, com o número 155391. Se ganhasse a liberdade em tempo hábil, ele poderia até mesmo voltar a treinar na Gávea e jogar o Campeonato Brasileiro deste ano.
O prejuízo do goleiro poderia ser ainda maior se a transferência que ele chegou a anunciar se concretizasse. Logo que foi preso Bruno revelou que havia assinado poucos dias antes um pré-contrato com o Milan, da Itália, com salários que poderiam chegar a R$ 500 mil, fora as luvas que receberia pela transferência, cerca de R$ 4,2 milhões. Contratos com equipes internacionais geralmente têm vigência média de cinco anos. Nesse caso, Bruno provavelmente deixou de ganhar R$ 30 millhões até 2015.
Preso em uma das celas da Penitenciária Nelson Hungria em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, Bruno tem contado com a ajuda da avó que o criou, Estela Trigueiro, 78 anos, e da noiva, a dentista Ingrid Calheiros, 25 anos.
Ingrid, em uma conversa telefônica interceptada pelo Ministério Público e autorizada pela Justiça de Contagem, teria confidenciado a uma pessoa com quem falava que o goleiro tem atualmente "apenas R$ 4 na conta bancária".
A casa onde o jogador morava no Rio de Janeiro e que, segundo a polícia mineira, foi o primeiro cativeiro de Eliza Samudio e o filho, era alugada. De acordo com o advogado Francisco Simim, que representa a ex-mulher de Bruno, Dayanne do Carmo Souza, o casal tem apenas o sítio em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde Eliza e o filho também teriam sido mantidos em cárcere, de acordo com as investigações da polícia e do Ministério Público.
A luxuosa propriedade de 5 mil m² está à venda desde o início deste ano, mas o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro informou que a parte do imóvel que pertence a Bruno está bloqueada para ser utilizada como garantia ao pagamento da pensão alimentícia pedida por Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio, e que tem a guarda do suposto filho de Bruno.
O advogado José Arteiro Cavalcante Lima, que representa a mãe de Eliza, disse que o valor pedido pela cliente é de R$ 17 mil. Arteiro afirmou que vai tentar bloquear também a metade pertencente a Dayanne porque, segundo ele, "ela também é envolvida no caso". O advogado da ex-mulher de Bruno, Francisco Simim, disse desconhecer a informação.
Procurado, o advogado do goleiro, Claudio Dalledone Junior, informou que não falará sobre a situação financeira do cliente.
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